Greve na USP

Todo ano é a mesma coisa: chega essa época e tem greve na USP. Parece que dessa vez é de alunos e funcionários. Ok. Nada contra o direito de fazer greve, mas eu cheguei lá e eles tinham uma mega caixa de som, tocando axé e o povo sentado, na maior preguiça, conversando, comendo, etc. Nenhuma faixa, nenhum grito, nenhum protesto. Não, eu não sou a favor de violência, muito pelo contrário. Mas para mim, aquilo estava mais parecendo desculpa-pra-matar-aula/trabalho do que qualquer outra coisa!

Bom, issa é uma coisa. A outra é o motivo da greve (não sei se dessa greve, mas pelo que li, sim). Adorei um artigo publicado na Folha de São Paulo pelo reitor da universidade há uns 3 domingos atrás. Existe um alojamento para estudantes em todos os campi da USP. Esse alojamento é oferecido para aqueles alunos que comprovam que não podem pagar para morar e estudar ali. Só que muitos estudantes levam outras pessoas para morarem no alojamento. Pessoas que não estudam na USP, pessoas que não tem nada a ver com a USP. E eles querem o direito (daí a greve) de decidir quem vai morar nesse alojamento. E nesse artigo, o reitor pergunta: isso é justo cidadão brasileiro?

Eu, como cidadã e ex-aluna não acho nem um pouco justo. Muitas vezes, acaba-se fazendo uma idéia errada desses alunos grevistas e da reitoria. O que fica parecendo para a sociedade, é que os alunos são uns coitadinhos. Isso está errado! Coitadinho é o cara que não tem condições financeiras de morar para estudar em outra cidade, vive no alojamento e se sente ameaçado pela invasão de pessoas que não tem nada a ver com a instituição! Coitadinho é a gente que paga impostos para uma finalidade que não está sendo cumprida.

Aguardo ansiosamente cenas do próximo capítulo para saber qual a solução que será adotada.