27 de fevereiro de 2014

Das esquisitices humanas

Antes de começar no emprego novo (já faz 1 mês!) eu me matriculei em um curso curto (3 meses) de interior design no Chelsea College of Art and Design. Fui a 2 aulas antes de começar a trabalhar, quando meu chefe me pediu delicadamente pra deixar o curso pro próximo termo, porque esses próximos meses seriam bem punk no trabalho.
Já na primeira aula, fiz amizade com as meninas (tinha um único menino no curso!) e as ouvi falando que queriam fazer um curso de AutoCAD (programa de computador que faz desenhos técnicos de arquitetura - planta, corte, elevação, etc). Na hora, eu falei: se vocês quiserem eu ensino vocês! Na hora pensei que eu estava mesmo sem muito o que fazer e se as coisas continuassem no ritmo que estavam, ia demorar meses até eu arrumar um emprego. A minha oferta foi recebida com o maior entusiasmo da galera e acertamos de começar as aulas na semana seguinte. Só que eu comecei a trabalhar, mas ainda assim, queria ensina-las. Acho uma gastação de dinheiro inútil, porque se você não pratica, você esquece tudo. E você só pratica mesmo quando tem um projeto ou emprego que exige dedicação. É uma bola de neve. Achei que pelo menos tendo as aulas comigo, elas teriam uma base e não gastariam a quantidade absurda de dinheiro que elas estavam pensando em gastar no curso.
Ficou decidido então que nos encontraríamos aos sábados, por duas horas. Tenho que dizer aqui que estou adorando dar aula! Nunca tinha tido a experiência, sempre tive horror de falar em público. Mas estou adorando! :)
Mas aí, sábado passado, aconteceu algo meio chato. Eu expliquei os comandos, dei tempo para elas tentarem, expliquei de novo e pedi para elas desenharem um quarto. Usando os comandos que a gente tinha aprendido nas 3 aulas. Uma das meninas se apavorou! Ela pediu pra eu fazer a porta pra ela. Eu não fiz, mas orientei ela como fazer e falei: agora você faz a janela. Ela não conseguia. Não sei o que aconteceu que ela travou. Eu falei pra ela se acalmar e lembrar o que ela tinha acabado de fazer. Ela não conseguia de jeito nenhum e só falava: eu sou burra, eu não consigo, eu sou burra. E simplesmente levantou, arrumou as coisas e foi embora. Falou que precisava tomar um ar puro, que ela não ia conseguir fazer nada naquela hora e foi embora. Eu, sem reação, consegui balbuciar: não, se você quiser, vai tomar um ar e volta e a gente tenta de novo. Mas ela não quis saber! Na hora, eu achei uma puta falta de educação e falta de consideração. Depois ela me mandou um email se desculpando e, obviamente, eu desculpei e deixei pra lá! Ela me disse que está tendo problemas pessoais e tal e lógico que você, como ser humano, entende que todo mundo tem seus problemas e de vez em quando todo mundo pira um pouco.
Mas aí, o problema é (e já aconteceu isso com outras pessoas próximas a mim - então não é uma questão dessa menina, não estou brava com ela nem nada, mas me fez pensar): quanto é aceitável você ser grosso, cretino, whatever e culpar seu passado, seu presente, problemas pessoais, etc por isso?
Uma dessas pessoas que passou pela minha vida e eu estou tentando me livrar até hoje, teve uma infância e adolescencia difíceis e se tornou uma cretina. E o meu ponto é: quanto você pode culpar a sua bagagem, o seu passado, antes de admitir que sim, você é cretino mesmo e ponto?
Adoraria saber a opinião de vocês... :)

16 de fevereiro de 2014

Livro: Jeeves and Wooster - Right ho, Jeeves and other stories

O livro é uma coleção de pequenos contos com os personagens Jeeves e Wooster, sendo Wooster, um jovem aristocrata e Jeeves seu mordomo fiel, de P. G. Wodehouse. O livro é leve e seu autor foi considerado pelo Times como "um gênio da comédia reconhecido durante sua vida como um clássico e um mestre da farsa". 
Os contos tem quase sempre a mesma temática: Wooster, o aristocrata meio indiferente, meio fraco intelectualmente, está em apuros e Jeeves aparece com um plano brilhante para tirá-lo da situação desconfortável. Como disse, o livro é leve e a leitura é relativamente fácil (mas o autor usa umas abreviaturas que não são muito fáceis de decifrar às vezes), mas é um jeito brilhante de entender um pouco do humor inglês - é cheio de sarcasmo e ironia. 
Seus contos foram transformados em um série de TV entre 1990 e 1993, estrelando Hugh Laurie como Wooster e Stephen Fry como Jeeves, que foi um grande sucesso. Eu assisti
alguns episódios logo que cheguei aqui, em 2010 e, sinceramente, não achei muita graça. Acho que agora, com mais anos experimentando o jeito inglês de ser, entendendo melhor o contexto e depois de ler o livro, com certeza vou gostar mais da série.