31 de agosto de 2014

Bibury & Stratford-Upon-Avon

Aproveitando o feriado a semana passada, resolvemos fazer uma road trip no domingo. Escolhemos ir para o Oeste, já que já conhecemos vários lugares a leste e sul de Londres. Sempre tive vontade de conhecer Gloucester e a Forest of Dean, que todo mundo diz que são lindos. Mas também sempre tive vontade de conhecer Stratford-Upon-Avon, a cidade onde Shakespeare nasceu. Pesquisando um pouco sobre a região, vi que Bibury fica bem pertinho de Gloucester e, segundo William Morris (sim, o mesmo do post abaixo) é a vila mais bonita na Inglattera. Então, decidimos, como queríamos apenas fazer um bate-volta, que íriamos a Bibury e Stratford... outro dia vamos a Gloucester e à Forest of Dean.
Não dá pra chegar a Bibury de trem, mas é muito fácil de carro, com a maior parte do caminho sendo pela M40.
Eu achei que não gastaríamos muito tempo por lá, pois sabia que era uma vila minúscula e sua maior atração são as casinhas dos camponeses. Mas existe um outro atrativo à vila: uma fazenda (chama assim em português também?) de trutas (o peixe, sabe?). A fazenda é bem no centro da cidade e é tão popular que não conseguimos achar um lugar pra estacionar que não fosse no estacionamento da fazenda. A gente nem estava muito interessado, mas já que estávamos usando o estacionamento, resolvemos pagar a entrada de £3.95 e dar uma olhada. Não poderíamos ter nos impressionado mais! Uma parte da fazenda é dedicada à quem quer pescar e aí é tipo um pesque-pague. A outra parte é tipo um parque com mesas e bancos, onde as pessoas podem fazer picnics e churrascos com os peixes que pescaram fresquinhos! Nem preciso dizer que faz o maior sucesso no verão, né? E ontem o tempo nem estava tão bom! Se resolver ir até lá, leve um recipiente térmico para trazer as coisas deliciosas que eles vendem na lojinha com um preço ótimo - tudo o que você pode imaginar de truta eles tem por lá. Aproveite também e almoce no café da fazenda. Eles fazem pratos simples, mas muito gostosos. 
Mas a atração mesmo é a Arlington Row, uma ruela com as casinhas que datam de 1380. A princípio eram usadas para guardar lã, mas no século 17 foram convertidas em casa de campo dos tecelões. As casinhas são realmente lindas e todo o cenário, com o rio passando ali do lado, deixa tudo com cara daquela paisagem que você associa à um conto de fadas! Imagino que em um dia ensolarado, mais pro fim da tarde ou bem de manhãzinha, com um nevoeiro, o local dve ser ainda mais encantador. Ali perto também tem a St Mary's Church, uma igreja muito bonitinha.
Acreditem, as fotos tiradas com o celular não fazem jus à beleza do local.

Na saída da "fazenda" de trutas

Arlington Row

Casinha na Arlington Row

Arlington Row

Arlington Row

St Mary's Church

Depois, fomos até Stratford-Upon-Avon, a cidade onde Shakespeare nasceu! São cinco propriedades que você pode explorar: a casa onde ele nasceu, a casa onde ele morou depois de casado, a casa de sua filha Susanna, a fazenda de sua mãe e a cabana (cottage) onde sua esposa morou até se casar. Talvez, dentre as 5 essa seja a segunda casa mais conhecida (depois da casa onde ele nasceu) e é uma das casas do período Tudor mais bonitas que já visitei. Infelizmente, por falta de tempo, só entramos e exploramos a Anne Hathaway's Cottage (a cabana da esposa). Mas demos uma bela volta pela cidade e vimos as outras casas, mesmo que apenas o exterior. Se você nunca foi e pretende ir, pode fazer o download do app pra iphone deles que chama Eye Shakespeare. E se quiser saber mais sobre tudo relacionado ao grande escritor, visite o site!

Anne Hathaway's Cottage

Anne Hathaway's Cottage

jardim na Anne Hathaway's Cottage

Alguém sabe o nome dessa flor? Ainda no jardim da cabana

Anne Hathaway's Cottage vista do jardim do café

Centro de Stratford-Upon-Avon

Casinhas do período Tudor no centro de Stratford

Rio Avon


15 de junho de 2014

Red House

Aaah, eu sei que faz um tempão que eu não apareço aqui. Mas falta de assunto e, devo confessar, falta de saco pra ficar pensando em assunto pra escrever aqui, me fizeram dar uma desanimada. Mas esse post eu não podia deixar de escrever, mesmo com dias, semanas, meses? de atraso. Eu sonho em conhecer esse ícone da arquitetura desde a época da faculdade! Nós fomos lá dia 25 de Maio e o dia estava espetacular, o que tornou tudo ainda mais gostoso.

A Red House é a maior e principal obra do Movimento Arts & Crafts que teve como líder William Morris e foi construída entre 1859 e 1860 para ser sua residência. Seu arquiteto foi Philip Webb, amigo de Morris e entusiasta do movimento, que aplicou os ideais do mesmo na arquitetura da casa. O Arts and Crafts começou como uma reação à industrialização, que era vista como culpada pelo empobrecimento das artes decorativas. Seus seguidores defendiam a habilidade do homem em fazer trabalhos manuais. Morris, ao se mudar para a suanova residência, teve dificuldades em decorá-la de acordo com seus ideais, foi então que surgiu a Morris & Co.: fabricantes de móveis e artes decorativas. A companhia foi fechada em 1940, mas seus desenhos ainda são vendidos por Sanderson and Sons e a famosa loja Liberty.

Quem quiser saber mais sobre a Red House, Morris e o Movimento Arts & Crafts, sugiro os artigos da Wikipedia, que dão uma visão geral bem interessante e o Victoria and Albert Museum tem bastantes peças expostas, além desse artigo - que leva a outros artigos - ótimo (em inglês).

Deixo vocês com as milhares de fotos que tirei. Uma pena que do interior não tenham saído muitas fotos boas. Em compensação, do jardim tem milhares... e fica bem óbvio da onde Morris tirava inspiração para suas criações!


























27 de fevereiro de 2014

Das esquisitices humanas

Antes de começar no emprego novo (já faz 1 mês!) eu me matriculei em um curso curto (3 meses) de interior design no Chelsea College of Art and Design. Fui a 2 aulas antes de começar a trabalhar, quando meu chefe me pediu delicadamente pra deixar o curso pro próximo termo, porque esses próximos meses seriam bem punk no trabalho.
Já na primeira aula, fiz amizade com as meninas (tinha um único menino no curso!) e as ouvi falando que queriam fazer um curso de AutoCAD (programa de computador que faz desenhos técnicos de arquitetura - planta, corte, elevação, etc). Na hora, eu falei: se vocês quiserem eu ensino vocês! Na hora pensei que eu estava mesmo sem muito o que fazer e se as coisas continuassem no ritmo que estavam, ia demorar meses até eu arrumar um emprego. A minha oferta foi recebida com o maior entusiasmo da galera e acertamos de começar as aulas na semana seguinte. Só que eu comecei a trabalhar, mas ainda assim, queria ensina-las. Acho uma gastação de dinheiro inútil, porque se você não pratica, você esquece tudo. E você só pratica mesmo quando tem um projeto ou emprego que exige dedicação. É uma bola de neve. Achei que pelo menos tendo as aulas comigo, elas teriam uma base e não gastariam a quantidade absurda de dinheiro que elas estavam pensando em gastar no curso.
Ficou decidido então que nos encontraríamos aos sábados, por duas horas. Tenho que dizer aqui que estou adorando dar aula! Nunca tinha tido a experiência, sempre tive horror de falar em público. Mas estou adorando! :)
Mas aí, sábado passado, aconteceu algo meio chato. Eu expliquei os comandos, dei tempo para elas tentarem, expliquei de novo e pedi para elas desenharem um quarto. Usando os comandos que a gente tinha aprendido nas 3 aulas. Uma das meninas se apavorou! Ela pediu pra eu fazer a porta pra ela. Eu não fiz, mas orientei ela como fazer e falei: agora você faz a janela. Ela não conseguia. Não sei o que aconteceu que ela travou. Eu falei pra ela se acalmar e lembrar o que ela tinha acabado de fazer. Ela não conseguia de jeito nenhum e só falava: eu sou burra, eu não consigo, eu sou burra. E simplesmente levantou, arrumou as coisas e foi embora. Falou que precisava tomar um ar puro, que ela não ia conseguir fazer nada naquela hora e foi embora. Eu, sem reação, consegui balbuciar: não, se você quiser, vai tomar um ar e volta e a gente tenta de novo. Mas ela não quis saber! Na hora, eu achei uma puta falta de educação e falta de consideração. Depois ela me mandou um email se desculpando e, obviamente, eu desculpei e deixei pra lá! Ela me disse que está tendo problemas pessoais e tal e lógico que você, como ser humano, entende que todo mundo tem seus problemas e de vez em quando todo mundo pira um pouco.
Mas aí, o problema é (e já aconteceu isso com outras pessoas próximas a mim - então não é uma questão dessa menina, não estou brava com ela nem nada, mas me fez pensar): quanto é aceitável você ser grosso, cretino, whatever e culpar seu passado, seu presente, problemas pessoais, etc por isso?
Uma dessas pessoas que passou pela minha vida e eu estou tentando me livrar até hoje, teve uma infância e adolescencia difíceis e se tornou uma cretina. E o meu ponto é: quanto você pode culpar a sua bagagem, o seu passado, antes de admitir que sim, você é cretino mesmo e ponto?
Adoraria saber a opinião de vocês... :)

16 de fevereiro de 2014

Livro: Jeeves and Wooster - Right ho, Jeeves and other stories

O livro é uma coleção de pequenos contos com os personagens Jeeves e Wooster, sendo Wooster, um jovem aristocrata e Jeeves seu mordomo fiel, de P. G. Wodehouse. O livro é leve e seu autor foi considerado pelo Times como "um gênio da comédia reconhecido durante sua vida como um clássico e um mestre da farsa". 
Os contos tem quase sempre a mesma temática: Wooster, o aristocrata meio indiferente, meio fraco intelectualmente, está em apuros e Jeeves aparece com um plano brilhante para tirá-lo da situação desconfortável. Como disse, o livro é leve e a leitura é relativamente fácil (mas o autor usa umas abreviaturas que não são muito fáceis de decifrar às vezes), mas é um jeito brilhante de entender um pouco do humor inglês - é cheio de sarcasmo e ironia. 
Seus contos foram transformados em um série de TV entre 1990 e 1993, estrelando Hugh Laurie como Wooster e Stephen Fry como Jeeves, que foi um grande sucesso. Eu assisti
alguns episódios logo que cheguei aqui, em 2010 e, sinceramente, não achei muita graça. Acho que agora, com mais anos experimentando o jeito inglês de ser, entendendo melhor o contexto e depois de ler o livro, com certeza vou gostar mais da série.

26 de janeiro de 2014

Life lately

Essa semana foi especial. Ontem comemorei meu aniversário com a família do marido. Foi bem gostoso e secretamente estávamos (eu e ele) comemorando 5 anos desde quando nos conhecemos! Uau, 5 anos! O tempo passa rápido, mas ao mesmo tempo, parece que nos conhecemos há muito mais tempo.

Na quarta, fomos jantar no Ceviche pra comemorar meu aniversário. Não é mega glamuroso, mas era o que eu queria, um lugar com boa comida e ambiente agrádavel. Recomendo muito o Ceviche! O serviço é excelente e a comida é divina. Mas reserve com antecedência! Essa foto eu tirei uma outra vez que fui lá. 


Mas o melhor presente de aniversário veio no dia anterior: estou empregada! :) \o/ Fiz entrevista na terça de manhã e já à tarde me ofereceram a vaga. Começo amanhã!!! É em um escritório de arquitetura, perto de Baker Street. Estou mais do que feliz e ainda um pouco sem acreditar que o estresse de procurar emprego acabou! Então, desde terça, o que mais faço é comemorar! Semana boa de aniversário, viu?? :)

5 de janeiro de 2014

A era de Elizabeth I

Diz a lenda que o que você faz no primeiro dia do ano é o que você vai fazer o resto do ano. Então, a gente sempre tenta ir a um museu ou galeria no 1 de janeiro. Virou nossa pequena tradição :)

Esse ano, resolvemos ir à National Portrait Gallery, ver a exposição Elizabeth I and Her People, que reúne retratos da rainha, mas também de seu público, assim como objetos do dia-a-dia da era elizabetana. 

Elizabeth I reinou por 45 anos (1558 - 1603) e esses anos foram de um empreendedorismo extraordinário. Novas oportunidades para a criatividade e a geração de riquezas nesse período deram início à chamada classe média. As mudanças ocorridas neste momento, moldaram o futuro da Inglaterra e do País de Gales. A Igreja da Inglaterra se estabeleceu e ao longo do tempo, grande parte do país abraçou a fé protestante. O mundo estava se expandindo através da exploração marítima e comércio, cidades cresceram em tamanho e população e a economia floresceu. 

A exposição explora a história dos nobres e aristocratas, mas também de outras pessoas talentosas, como exploradores, soldados, comerciantes, artistas e escritores. Um desses talentos me chamou a atenção: Esther Inglis, uma francesa que se mudou ainda bebê com a família pra a Escócia. Ela aprendeu caligrafia com sua mãe e entre seus patronos estão a própria rainha Elizabeth I e seus ministros. Eu achei sua obra fantástica e atingir tal perfeição com uma caneta de pena é algo extraordinário para mim. Infelizmente a exposição é até hoje apenas, mas no site da National Portrait Gallery, você pode assistir alguns vídeos que explicam um pouco da exibição e são uma aula de história (em inglês).

Esther Inglis, fonte Wikipedia

29 de dezembro de 2013

Tchau 2013!

Esse ano, pra mim, foi totalmente bipolar. 

Já no começo do ano, recebi a notícia muito triste de que minha tia tão querida havia falecido. Na mesma semana, meu chefe fala, que por motivos de não ter mais trabalhos de design, ele ia ter que me demitir. Desempregada e com um buraco no meu coração, fui pro Brasil. Colo de mãe e feijoada curam quase tudo nessa vida :)

E foi assim que meu ano foi da tristeza profunda à alegria extrema. Em maio me casei no civil e em outubro fiz a festa! :) e, como não fiz um post sobre o casamento (pra falar a verdade, não tem muito o que falar, foi perfeito, mesmo não tendo sido *perfeito* e o dia mais feliz e emocionante da minha vida), decidi postar algumas fotos no final, pra acabar o ano com essa lembrança tão boa. 

A lista pra 2014 é algo nessa linha:
- um emprego - só pra eu não ficar enrolando na cama até às 10 (mentira, faço isso super pouco, cof cof) e ficar com aquela sensação que a manhã se foi e o dia está incompleto.
- viajar para lugares não visitados ainda - porque navegar é preciso :) 
- escrever mais no blog - eu sinto que às vezes não tenho muito o que dizer, porque todo mundo já está falando a mesma coisa... tenho medo de ficar repetitiva, mas que que tem, né? Vou tentar falar assim mesmo.
- fortalecer amizades e fazer mais amigos/as - eu amo todos/as os/as meus/minhas amigos/as e 2013 foi um ano de descobrir novas amizades e espero continuar assim.









23 de dezembro de 2013

Feliz Natal!

Queridos leitores (se é que vocês ainda estão aí),

A vocês e todos que vocês amam,

Feliz Natal e um 2014 cheio de felicidade e conquistas!




26 de novembro de 2013

Cabana


No sábado, estávamos ali perto de Tottenham Court Road na hora do almoço. Pensando onde íamos almoçar, lembrei do restaurante do Jamie Oliver ali pertinho, no complexo Central St. Giles, que por sinal foi projetado por Renzo Piano, com colaboração do escritório Fletcher Priest. 

Enfim, chegando lá, nos deparamos com um restaurante brasileiro, o Cabana! \o/ 
Aí eu não resisti e fomos experimentar. De cara, a decoração já te abraça - é muita informação, mas é legal. Uma das paredes é coberta com cartazes em estilo vintage, convidando para shows, inaugurações, etc. No andar de baixo, os banheiros são cabines individuais, pintados de rosa (para mulheres) ou azul (para homens), com uma havaina dessas cores na porta, para identificação. Um parenteses: eu achei essa coisa de pintar de rosa e azul meio dentro daquele padrão normativo de gênero que a gente tá cansado de criticar, mas enfim. 

Quanto à comida, tenho um sentimento misto. A entrada, dois pastéis de queijo, estava muito, muito boa. De prato principal, eu pedi uma moqueca de camarão e o marido um hamburguer de picanha. Meu bobó estava bom, mas não excelente como os que a gente come por lá (será que estou sendo muito exigente?) e o hamburguer dele estava muito bom. Mas achei que hamburguer não é lá muito típico, né? Mas o que me decepcionou mesmo foi a sobremesa. Pedi um bolo nega maluca, veio um brownie! Aaaaaaah... daí não dá, né? 


Mas tirando essa decepção, a comida é muito boa, bem servida e o preço é razoável: em torno de £50 para o casal, com duas caipirinhas, entrada e sobremesa. Valeu pra matar a lombriga e pelo visual inspirador :)

Bolo Nega Maluca (foto do google)
Brownie (foto do google)